Nadadores-Salvadores

Nadadores-Salvadores Das Profundezas

“Há Pessoas Que Devem a Vida aos Golfinhos”

Quando Adam Maguire e os seus dois amigos, Jason Moloney e Bradley Thompson, foram fazer surf em Halftide Bay, na Nova Gales do Sul, no princípio de Janeiro de 1989, encontraram uns companheiros bem divertidos. Durante mais de uma hora, um grupo de golfinhos fez surf com eles, cavalgando as ondas. Mas, a certa altura, começaram a ficar agitados batia na água e rodopiaram, dando estalidos e assobios. Foi então que Adam viu a barbatana de um tubarão dirigir-se velozmente para ele.

Quase de imediato, o tubarão atacou-o, comendo um grande bocado da sua prancha e fazendo-o cais à água. Bateu-lhe com os punhos, mas ele mordeu-o no peito. Adam pensou que era o seu fim. Então os golfinhos rodearam o tubarão e, à trombada, obrigaram-no a afastar-se.

 Um Empurrão Amigável

O golfinho tem fama de ser amigo do homem e há inúmeras histórias de golfinhos que salvaram pessoas em perigo – afugentando tubarões, puxando para a superfície marinheiros que se afogavam e até guiando náufragos para terra firme. Em 1945, uma mulher que nadava ao largo de uma praia da Florida foi arrastada para o fundo por um forte remoinho. Enquanto lutava para manter a cabeça fora de água, algo lhe deu um violento empurrão e ela aterrou de bruços na praia. Quando olhou em volta, não havia ninguém por perto – a não ser um golfinho, saltando nas ondas, a uns seis metros da costa. Mais recentemente, em 1983, um piloto holandês de helicóptero foi ajudado por um golfinho quando se despistou no mar de Java: durante nove dias o animal nadou ao lado da sua balsa, empurrando-a suavemente, até que atingiu a costa.

Sentimo-nos tentados a acreditar que temos uma especial afinidade com estas simpáticas e inteligentes criaturas. Mas será que, realmente, um animal se daria ao trabalho de salvar um ser humano, nalguns casos com risco da própria vida?

 Instinto Cego

A Dra. Margaret Klinowska, perita em golfinhos da Universidade de Cambridge, crê que não. Diz que, quando atacam os tubarões, os golfinhos apenas seguem o instinto natural de autodefesa e que a presença de seres humanos é pura coincidência. Quando ao facto de trazerem pessoas à superfície ou empurrarem barcos à deriva até à praia, trata-se provavelmente de reacções instintivas à sobrevivência da espécie: um golfinho nasce debaixo de água, mas a mãe logo o encaminha para a superfície para que possa respirar. Assim, talvez a balsa do piloto holandês apenas parecesse ao golfinho um bebé em apuros.