Características

Características

Reprodução

Acasalamento e nascimento de golfinhos:

Tal coma a maioria dos mamíferos, os cetáceos reproduzem-se cedo. Têm habitualmente uma cria de cada vez. Esta nasce debaixo de água, perto da superfície, e, em geral, é a cauda que sai primeiro... A cria recém-nascida é um bocado desajeitada e, para respirar pela primeira vez pode Ter de ser impelida em direcção à superfície pela mãe ou por um “assistente”.

Normalmente a cria nasce com barbatanas muito moles que endurecem passado alguns dias, permitindo uma melhor natação. A cria bebe leite materno que é muito gordo e cresce rapidamente. Só daqui a vários meses começa a comer peixe.

É possível calcular a idade de algumas espécies estudando a decomposição de camadas no interior dos dentes, que é bastante semelhante aos anéis de crescimento de uma árvore. De modo geral, uma camada completa corresponde a um ano de idade.

Os mais íntimos detalhes de acasalamento e nascimento de golfinhos, têm permanecido escondidos da observação humana. Muitos investigadores possuem apenas uma vaga ideia dos hábitos reprodutivos dos golfinhos.

Pensa-se que o acasalamento será sazonal. Observando golfinhos em cativeiro, os cientistas determinaram o tempo de gravidez exacto para algumas espécies. Por exemplo, para as orcas é de 17 meses e meio. Mas o período de gestação contínua desconhecido para a maior parte das espécies de golfinhos. Os cientistas crêem também que quase todas as espécies são promíscuas (partilham as fêmeas).

O acasalamento é realizado de barriga para barriga como as baleias e muitas fêmeas não reproduzem todos os anos. Por vezes existe uma fêmea a ajudar no processo.

O pai do golfinho bebé não participa na vida activa e tratamento do seu filho, porém nalgumas espécies, há fêmeas cuja função é a de baby-sitters.

Inteligência

São diversos os factores que afectam aquilo a que chamamos de "inteligência". O principal componente é a habilidade que se tem de comunicar.
Um humano pode ser extremamente inteligente mas se despender todo o seu tempo a tentar sobreviver, então não restará tempo para o pensamento.
Tempo livre é então um grande factor, e os golfinhos têm-no em abundância.
Em primeiro lugar, os golfinhos não dormem como nós, eles são capazes de "desligar" uma parte do cérebro por minutos numa determinada altura ao longo do dia.
Muito raramente "desligam" o cérebro completamente. Isto é necessário porque os golfinhos necessitam de respirar ar pelo menos uma vez em cada 8 minutos.
As únicas coisas que um golfinho faz é comer grandes quantidades de peixe e brincar.
A comunicação entre espécies é também necessária. Os golfinhos usam uma linguagem por assobios que é 10 vezes mais rápida que a nossa fala e 10 vezes mais alta em frequência.
Para que um golfinho falasse com a nossa velocidade, seria como se um humano tentasse falar com um trombone, muito muito lento.
Para um golfinho, tentando falar com a nossa frequência e velocidade, o resultado seria o seguinte:
nós...........fa...la........mos...... mu....i....to.......... de.......... va.......... gar............

É muito difícil para nós falarmos assim tão devagar, e para os golfinhos também.
Outra particulariedade na comunicação dos golfinhos é o sonar, que lhes permite determinar as reacções internas de outros golfinhos, humanos, peixes, etc. Imaginem sabermos como se sentem todas as pessoas à nossa volta, se estão alegres, tristes, zangadas. Ninguém poderia enganar ou mentir. Isto deve-se a mudanças psicológicas que ocorrem dentro de nós quando pensamos em determinadas coisas.
Também através do sonar um golfinho consegue ver se alguém está ferido ou não. Eis um caso real:
Uma senhora que se encontrava numa piscina com golfinhos era continuamente empurrada para fora da piscina. Uns minutos mais tarde, ela colapsa com dores. No hospital descobre que tinha uma hemorragia interna, que os golfinhos muito provavelmente tinham dado conta.
Como não havia mais ninguém por perto na piscina, e a distância entre a linha de água e o cimo da piscina era grande, os golfinhos tentaram a custo impedi-la de ficar na piscina, e assim salvaram-lhe a vida.
A única coisa que os cetáceos não têm é uma maneira de registar a linguagem tal como a escrita.
Uma ideia seria construir um programa de computador que permitisse traduzir os assobios dos golfinhos em escrita e gravar; e vice-versa, passar o nosso texto para linguagem de golfinhos.
Isto já foi feito com chimpanzés e resultou surpreendentemente.
Ora tendo em conta que os golfinhos são muito mais inteligentes que os chimpanzés, porque não tentar o mesmo?

Comunicação

O sonar dos golfinhos

O golfinho é capaz de gerar som sob a forma de clicks, dentro dos seus sacos nasais, situados por detrás da nuca.
A frequência dos clicks é mais alta que a dos sons usados para comunicações e difere de espécie para espécie. A nuca toma a função de lente que foca o som num feixe que é projectado para a frente do mamífero. Quando o som atinge um objecto, alguma da energia da forma de onda e reflectida para o golfinho. Aparentemente é o maxilar inferior que recebe o eco, e o tecido gorduroso que lhe precede, que o transmite ao ouvido médio e posteriormente ao cérebro.
Recentemente foi sugerido que os dentes e os nervos dentários transmitiam informações adicionais ao cérebro dos golfinhos. Assim que um eco é recebido, o golfinho gera outro click. O lapso temporal entre os clicks permite ao golfinho identificar a distância que o separa do objecto. Pela continuidade deste processo, o golfinho consegue seguir objectos.
Ele é capaz de o fazer num ambiente com ruído, é capaz de assobiar e ecoar ao mesmo tempo e pode ecoar diferentes objectos simultaneamente – factores que fazem inveja a qualquer sonar humano.
O tipo de som que os golfinhos emitem não tem um nome específico. Não há dúvida, porém, que, de seu modo peculiar, os golfinhos " falam " abundantemente.
Cientistas que convivem com o cetáceo são unânimes em afirmar que os golfinhos mantêm algum tipo de comunicação auditiva. Alguns garantem que essa comunicação tem regras e serve para organizá-los socialmente, como acontece com os homens.
Ninguém, entretanto, foi tão longe como a equipe do Instituto de Morfologia Evolutiva e Ecologia dos Animais da Academia de Ciências da Rússia. Pesquisadores comandados pelo cientista Vladimir Markov, depois de um longo estudo no golfinário de Karadag, no Arzebaijão, publicaram um trabalho em que anunciam a existência do " golfinhêz ". Ou seja: um sistema aberto de linguagem composto de 51 sons de impulsão vocal e nove tipos de assobios tonais, que comporiam um possível alfabeto próprio da espécie.

De acordo com Markov, os golfinhos são capazes de compor frases e palavras regidas por leis semelhantes às da sintaxe humana.

Amizade

Falante, amistoso, carinhoso com seus congéneres e voraz contra os seus inimigos, o golfinho já foi definido, certas vezes, como o primo ideal para o homem. Gentil com as crianças e forte o suficiente para derrotar tubarões, ele tem atributos que o aproximam daquilo que os humanos sonham para si próprios.

Heróico, capaz de salvar afogados empurrando-os docemente para a praia – como registram inúmeros relatos ao redor do mundo - , o golfinho vem sendo cantado em prosa e verso desde tempos remotos. Marinheiros de diversas nacionalidades consideram sua presença presságio de boa sorte e há um grande número de lendas sobre seus poderes. Apolo os utilizava como guia para os sacerdotes cretenses. Neptuno evocava a sua sensualidade para conquistar Anfitritre.

Mais recentemente, relatos de amizade intensos entre golfinhos e crianças foram vistos e documentados. O caso da neozelandesa Jill Baker, que recebia a visita diária do golfinho Opo, com quem "cavalgava" mar a dentro, chamou a atenção de cientistas em meados deste século. Mais tarde a televisão e o cinema se encarregaram de popularizá-lo de uma vez por todas como o grande astro submarino.

De certa forma, as hipóteses do golfinho, em qualquer parte do mundo, se parecem cada vez mais com as hipóteses do homem. Comportando-se no fundo dos mares e dos rios com o altruísmo que gostaríamos de ver em nós mesmos, o futuro dos golfinhos é uma espécie de antevisão do futuro da humanidade. Se eles resistirem, estaremos salvos. Porque o que fizemos a eles, acabaremos fazendo a nós mesmos.

Saltos

Por vezes, os cetáceos arremessam–se para o ar, de cabeça, e voltam a cair na água com uma pancada, chama-se a isso “o salto” e constitui sem dúvida a mais espectacular actividade de superfície.

Quase todas as espécies foram alguma vez observadas a “saltar”. Os cetáceos mais pequenos podem dar saltos muito elevados e é frequente darem saltos mortais, contorcerem-se e voltearem antes de entrarem de novo na água.

Muitas espécies dão frequentemente saltos em série e, quando um animal salta, outros podem imitá-lo.

Apesar das numerosas explicações possíveis, o salto continua um mistério: pode ser uma manifestação de cortejamento, uma forma de comunicação por sinais, uma forma de atrair um cardume de peixes ou de desafio, ou ser simplesmente uma brincadeira. Na realidade, tem provavelmente várias funções.

Linha hidrodinâmica

O último terço do corpo, chamado pedúnculo caudal, é um órgão de propulsão, que facilita as deslocações mediante os seus movimentos verticais. Para a acelerar, o animal dá numerosos saltos para fora de água, pois encontra no ar uma resistência menos do que na água. As barbatanas peitorais e dorsais servem-lhe como estabilizadores.