Como proceder caso algum cetáceo se aproxime da embarcação
Golfinhos
Manter constante a velocidade do barco, sem realizar mudanças súbitas de direcção.
Evitar fazer qualquer tipo de barulho.
Em qualquer dos casos acima, afaste-se imediatamente se:
Houver mudança súbita na direcção do deslocamento do animal (ou do Grupo) ou em seu padrão de nado.
Como nadar ou mergulhar com cetáceos sem risco
No caso do encontro com golfinhos ou botos:
Não tente perseguir os animais
Não atire qualquer objecto em sua direcção
Não faça muito barulho
Se por acaso algum golfinho aproximar-se de você, não tenha medo, ele provavelmente só veio "dar uma olhada" mais de perto e não vai atacá-lo.
Para não assustar ou afugentar o animal, mantenha os braços às costas e nade sem fazer movimentos bruscos e sem bater muito as pernas.
Se o animal se mantiver por perto, você pode brincar imitando seus movimentos (os golfinhos adoram essa brincadeira).
Mesmo que você se sinta tentado a tocá-lo, mantenha os braços às costas: o mero movimento do braço pode parecer agressivo ao golfinho.
Aproveite o momento de sorte para admirar os belos movimentos do animal!
Caso a curiosidade de algum golfinho o incomode, basta nadar batendo braços e pernas na água, que normalmente ele se afastará. Às vezes, as pessoas preferem observar os animais de fora da água, o que também pode ser muito divertido.
Procedimentos recomendados em caso de encalhe
A primeira atitude a tomar quando se encontrar cetáceos encalhados, estejam vivos ou mortos, é avisar os pesquisadores, procurando imediatamente a instituição local envolvida com a conservação de cetáceos.
Não se deve tocar ou mexer em animais encalhados para não colocar a própria saúde em risco. Agentes infecciosos podem ser transmitidos mesmo por animais aparentemente sadios. Além disso, o animal poderia machucar involuntariamente alguém ao bater as nadadeiras ou tentar movimentar-se.
Tentar empurrar um cetáceo de volta para a água é inútil e arriscado. Amarrar ou puxar o animal pela cauda ou pelas nadadeiras poderia matá-lo ou machucá-lo.
Se o animal estiver vivo, recomendamos os seguintes procedimentos:
Se possível, fazer um abrigo simples para mantê-lo à sombra, usando por exemplo lonas ou lençóis apoiados em algumas estacas.
Manter o corpo do animal húmido, jogando água do mar ou aplicando toalhas de cor clara molhadas, sempre tendo o cuidado de não jogar água ou tapar o orifício respiratório e os olhos.
Controlar o barulho e o tumulto perto do animal.
Evitar o uso de flashes ou luzes directamente sobre os olhos do animal.
Código do amigo dos golfinhos...
O amigo dos golfinhos não se esquece que eles são grandes mamíferos selvagens, como os gorilas ou as zebras, e que devemos respeitar o seu antiquíssimo modo de vida na Natureza.
O amigo dos golfinhos sabe que cada um dos animais que vive na região do Sado é uma das maiores preciosidades faunísticas do País, e que todos os esforços devem ser feitos para a sua preservação.
O amigo dos golfinhos sabe que a riqueza do rio Sado está ameaçada pela poluição e pelas pescas ilegais e apanhas ilegais de marisco, e esforça-se na medida das suas possibilidades para melhorar a qualidade do ambiente na região.
Se um amigo dos golfinhos vai de barco e encontra um grupo deles no estuário do Sado evitará assustá-los ou perturbá-los, e lembra-se que eles podem andar com fome à procura de alimento. Se isso for o caso, eles precisam de sossego e silêncio.
O amigo dos golfinhos não tentará aproximar-se deles a menos de 50 metros de distância. E se mesmo assim eles mergulham ou batem com a cauda na água, o amigo dos golfinhos respeitará que eles não queiram a sua visita naquela altura, e saberá manter-se à distância.
Quando o amigo dos golfinhos está próximo de um grupo lembra-se de que é falta de educação dirigir o seu barco para o meio deles, ou cruzar-se à sua frente, ou encurralá-los contra algum obstáculo, por exemplo, a costa ou um navio.
Quando o amigo dos golfinhos tem a sorte de os encontrar num dia em que eles estão brincalhões, e em que são eles a aproximar-se do seu barco a motor, procurará manter-se a uma velocidade baixa, sem acelerações nem reduções, pois qualquer mudança brusca poderá assustá-los ou provocar um acidente.
Se um amigo dos golfinhos encontra algum deles morto ou em perigo avisará imediatamente a Reserva Natural do Estuário do Sado, o Projecto Delfim ou as autoridades marítimas. Mesmo de um golfinho morto poderemos aprender muitas coisas importantes para a conservação dos vivos.
Se um amigo dos golfinhos encontra algum deles numa praia, ainda vivo, procurará ajudá-lo avisando as autoridades, conservando o animal molhado e protegido do sol, e mantendo-lhe o orifício respiratório desimpedido. Não o tentará puxar pela cauda e evitará barulho e agitação nas proximidades do animal.
O amigo dos golfinhos procura aprender coisas sobre eles, o seu modo de vida e os perigos que os ameaçam, e esforça-se por transmitir às outras pessoas entusiasmo e preocupação pela Natureza.