O golfinho tornou-se célebre pelo seu psiquismo desenvolvido. Apresenta em geral um rosto bicudo. Demonstra uma extraordinária
simpatia para com o Homem. As suas formas hidrodinâmicas permitem aos golfinhos nadar muito rapidamente. Além disso a estrutura da sua pele provoca uma deslocação laminar da água, sem qualquer remoinho.
Para afastar os sabotadores da Baía de Conranh durante a Guerra do Vietname, a Marinha dos EUA colocou invulgares sentinelas - golfinhos - além do que desde sempre treinou orcas para recuperarem torpedos perdidos. Os golfinhos, inteligentes e muito ágeis, são preciosos auxiliares subaquáticos, contudo, a informação detalhada do seu treino e do papel por eles desempenhado, permanece secreta.
Os golfinhos podem manter duas conversas ao mesmo tempo. Assobiam e dão estalidos independentes das duas maneiras, em simultâneo, cada golfinho tem um assobio peculiar, que é como a sua "assinatura", e o identifica face aos outros membros do bando.
Conseguem também aturdir a presa com intenções estampidos, e usam o sonar para localizar objectos no seu meio ambiente.
Um golfinho-nariz-de-garrafa, "serviu" na marinha como escolta durante 24 anos, entre 1888 e 1912. Chamava-se Pelorus Jack e ia ao encontro dos barcos assim que entravam no estreito de Pelorus, na Nova Zelândia, acompanhando-os durante 10km. Os marinheiros achavam que ele queria ter a certeza de que chegavam ao porto em segurança.
Na lenda...
...os golfinhos são muito simpáticos? A forma
da sua boca faz com que pareçam estar sempre a sorrir e os agradáveis sons que emitem quando pulam sobre as ondas assemelham-se a gargalhadas. São capazes de identificar figuras e cores, e a sua forma de comunicar com as pessoas colocam os golfinhos ao mesmo nível dos macacos, em termos de inteligência e sensibilidade.
Diz-se que, durante séculos, os golfinhos salvaram várias vítimas de naufrágios. Recolhiam-nas das águas e transportavam-nas sobre o dorso. Percorriam grandes distâncias para conseguirem deixar as pessoas em terra, sãs e salvas.
São, além disso, excelentes companheiros de viagem: seguem os barcos para os avisar do perigo, subretudo em tempo de nevoeiro, e ajudam os pescadores, empurrando os peixes para as redes.
São muito sensíveis e, no amor, mostram-se extremamente fieis: quando escolhem o seu parceiro, chegam a passar o resto da vida juntos.
Na história...
...já desde a Antiga Grécia que o golfinho é
considerado um animal especial? Tão especial, que
foi consagrado ao Deus Apolo para que, quando ele tomasse a sua forma no mundo real, fosse o deus da navegação. Apolo, o mais sedutores dos deuses gregos, conseguia enfeitiçar todas as mulheres por ser muito bonito, sensível, inteligente e simpático... Que coincidência! Exactamente as mesma qualidades do golfinho e também aquelas que deveria ter o filho do Rei de França: é que os jovens herdeiros do trono francês costumavam ser apelidados de delfins (golfinhos). Era uma maneira de mostrar à corte que eram inteligentes, inteligentes e respeitáveis.
Nas estrelas...
...os astrólogos, que gostavam muito de dar nomes de animais ás estrelas, puseram um nome de Delfim a uma das constelações que descobriram? Pois é. Viram seis estrelas juntas que tinha a forma de um golfinho e que pareciam saltar por cima de Via Láctea, como se fosse o mar e não o firmamento.
Por incrível que pareça, os golfinhos descendem de animais terrestres. Embora se encontrem tão bem adaptados ao seu meio ambiente como qualquer peixe, a prova de que os seus antepassados em tempos remotos deambulavam pela terra é evidente. Ao contrário dos peixes, os cetáceos têm sangue quente, amamentam as crias, possuem pulmões e respiram ar.
Ninguém sabe ainda ao certo como é que essas criaturas inteligentes e saciáveis evoluíram, mas parece haver provas que apontam na direcção de uma família de mamíferos ungulados primitivos, semelhantes a lobos.
Os golfinhos tocam-se muito, acariciam-se com as barbatanas peitorais, uma parte íntima do cortejamento. Podem-se perseguir e acariciar reciprocamente durante horas antes de acasalar. Os golfinhos têm uma sociedade promíscua - não se formam casais e cada golfinho acasala várias vezes com outros.
O Delfim
O filho mais velho do rei de França recebeu, a partir de meados do séc. XIV, o título de O Delfim, o que significa, "o golfinho". Este título, de origem incerta, foi pela primeira vez adoptado pelos condes de Viennois, França, em cujo brasão estavam representados três golfinhos. Durante muito tempo persistiu a dúvida quanto ao que havia sucedido ao último Delfim, filho de Luiz XVI.
Por todo o mundo, os golfinhos solitários parecem necessitar da companhia dos humanos.
Criam, frequentemente, laços especiais com certas pessoas, e passam horas a brincar com elas. Existem muitos relatos de golfinhos que salvam pessoas de morrerem afogadas e alguns deles são provavelmente verdadeiros.
Moeda de Tarento, que mostra Taras, filho do deus grego dos mares, Posídon, sobre um golfinho, 331 - 302 a. C.
Os Minóicos e os Gregos antigos tinham um enorme fascínio pelos golfinhos, então mais abundantes no Mediterrâneo.
Existem inúmeras lendas e mitos gregos com golfinhos. Os marinheiro gregos, tal como a maior parte dos navegadores, ficavam contentes por verem os golfinhos a brincar perto dos seus barcos. Estas gravuras pertencem ao palácio de Cnossos, na ilha de Creta, e têm cerca de 3500 anos. O pintor desenhou as suas caudas verticais, pelo que se pareçam
mais com peixes do que com golfinhos.
Muitas pessoas acham que delfinários
são como circos cruéis onde se trinam animais para executar habilidades não aturais. Os delfinários são parques marinhos onde as pessoas podem observar os golfinhos e outros cetáceos. Para muitas pessoas constituem a única oportunidade de ver um etáceo vivo. As suas piscinas são pequenas quando comparadas com os oceanos e é muito difícil manter cetáceos saudáveis em cativeiro, muitos têm uma vida curta. Por estas razões, em vários países, há campanhas contra os delfinários. Na Austrália, o Governo sugeriu que estes fossem banidos.
Tresmalho costeiro
Não há maneira de saber quantos golfinhos morrem nestas finas redes.
Pensa-se que só no Sri Lanka, morrem por ano cerca de 40 000 golfinhos, mas na maioria dos países não existem estimativas. Em algumas partes do mundo, os cientistas suspeitam que em breve não restarão golfinhos.
Numa das regiões do Pacífico Oriental, os golfinhos e os atuns nadam juntos. Para apanhar o atum, os pescadores largam enormes redes em torno do grupo misto. Nos últimos 30 anos, morreram assim cerca de 6 milhões de golfinhos, o que representa o maior massacre de cetáceos de sempre.
Existem formas de pescar peixe sem matar golfinhos. Em 1990, a maior companhia de atum do Mundo começou a vender atum "amigo dos golfinhos". Muitas companhias fizeram a mesma promessa, mas algumas foram apanhadas em flagrante delito.
As redes derivantes são como cortinas invisíveis. No mar alto, grandes barcos de pesca usam redes destas com mais de 50km de comprimento. Se ficam emaranhadas os pescadores limitam-se a cortá-las, deixando-as á deriva. Um enorme número de cetáceos morrem quando nadam de encontro a elas. A Organização das Nações Unidas baniu as longas redes derivantes, mas a República da Formosa, um dos principais utilizadores, não é membro da ONU. Além de mais essas leis são quase impossíveis de fazer cumprir no alto mar.
Grande parte dos cientistas acreditam que os golfinhos estão no mesmo nível que os cães e os chimpanzés
Os golfinhos ainda têm a capacidade de cheirar. Os cientistas não acreditam que os golfinhos tenham uma linguagem como os humanos.
Os golfinhos podem aprender a fazer algumas coisas. Aprendem melhor quando as actividades são desdobradas em pequenas partes e quando lhes é dada comida ou outro tipo de recompensa.
Mito ou Facto
Diz-se que Poseidon, o deus do mar dos gregos, atribuiu ao golfinho um lugar entre as constelações, por um deles ter salvo o bardo Arion de morrer afogado. Existem histórias extraordinárias sobre golfinhos que ajudam nadadores, mas tal é puramente acidental: na verdade, os golfinhos apenas gostam de empurrar os objectos enquanto nadam.
No dia 17 de Maio de 1999 chegou á Baía dos Golfinhos um novo elemento: uma fêmea, chamada Vicky, de três anos de idade. Nascida em Barcelona, viajou de avião e chegou ao Zoo de Lisboa onde se integrou muito bem no grupo. De facto, este quinto elemento, ainda muito jovem, veio dar muita vida ao grupo e contribui grandemente para a sua estabilidade.
A Vicky é um animal nascido em habitat artificial e portanto muito habituado ao maneio humano. Executa já alguns comportamentos e participa sempre nas apresentações. No Inverno será treinada com mais intensidade para vir a desempenhar um papel mais activo junto do Hastings, do Lucky, da Soda e da Kobie, uma jovem de seis anos.O Lowis, o Ricky, o Kwibus, o Tag e o Band continuam a animar a apresentação de Leões-marinhos na Baía dos Golfinhos sendo os diversos companheiros de um veraneante indisciplinado. Quando eles vêm a esta praia a equipa de vigilância não tem sossego. Este "banhista" defende uma 2teoria da bóia" perfeitamente disparatada, chama foca a um leão-marinho, toma banho com bandeira vermelha, quase se afoga, é socorrido e finalmente submetido a respiração "boca-a-boca" executada pelo seu companheiro: o leão-marinho!
O chefe da equipa dos socorristas vai de espanto em espanto com as ideias incorrectas e arriscadas do "banhista" e, com a ajuda do público, corrige-o sistematicamente.
Cada golfinho pode fazer um assobio só seu que ajuda os golfinhos a reconhecer-se uns aos outros, mas talvez só ajude a saber que algum outro golfinho está perto. Os cientistas não têm a certeza.
A estrutura dos grupos dos golfinhos é mais parecida com a dos elefantes do que com as dos humanos.
Os Pequenos golfinhos mamam à distância
A fêmea está provida de duas mamas, escondidas no fundo de duas pregas cutâneas situadas dos dois lados da vagina. A glândula mamaria dos golfinhos tem uma particularidade: graças a um musculo poderoso, é retráctil e capaz de emitir leite sobre pressão. Dado que o pequeno golfinho não pode mamar, põe estar privado de lábios, quando tem fome da pequenos golpes com a cabeça contra o ventre da progenitora: então o mamilo sai e emite um esguicho de leite directamente para a boca semiaberta da cria.
Sonares de navio podem causar morte de golfinhos e baleias
Especialistas espanhóis culpam os sonares de embarcações militares pela morte de 24 baleias e golfinhos, nas últimas semanas, no sul do Mar Mediterrâneo.
Os equipamentos militares emitem sons tão agudos que os tímpanos dos animais não suportam e estouram.
Portanto, os radares de ultra-som têm o efeito de uma explosão nos ouvidos dos mamíferos e eles acabam morrendo por hemorragia interna ou se suicidam por não aguentar a dor.
Os que resistem sofrem surdez ou têm um nível de stress muito alto, o que também provoca morte por mal funcionamento de outros órgãos vitais
Autópsias
Os 24 golfinhos e baleias da espécie zifio de cuvier (cetáceos de cerca de 600 quilos, de 5 a 7 metros de comprimento e que vivem, em média, 35 anos) foram encontrados mortos nas praias da ilha Palmas de Gran Canária com sangue na boca e sem marcas de choques contra embarcações.
As autópsias indicaram "lesões hemorrágicas de alta intensidade causadas por sinal acústico intenso. Colapsos cardiocirculatórios, stress e lesões vasculares".
Esta é uma análise que os biólogos consideram prova de que a única razão para explicar esta mortandade está no uso dos radares.
"O ouvido de um mamífero marinho é quase igual ao de um animal terrestre. Salvo as adaptações para que funcione no mar, ele não está preparado para estes aparelhos de ultra-som que rastreiam o fundo para encontrar petróleo ou gás. Então sofrem por hipersensibilidade", disse o biólogo Eduard Degollada, autor de um estudo sobre a audição de baleias e golfinhos para a Universidade de Las Palmas.
Outros casos
O fenómeno espanhol não é, no entanto, um caso isolado.
Segundo associações ecologistas, outros mamíferos marinhos estariam morrendo nas costas sul dos Estados Unidos e México pelo barulho das embarcações militares e comerciais, e submarinos.
"Já houve sete denúncias por testes militares americanos e da Otan no litoral atlântico espanhol desde 1989. E outras tantas nos Estados Unidos"
"Estes testes equivalem à reverberação da explosão de uma bomba. Nenhum ouvido pode aguentar", explicou a bióloga Susana Requena, do Fundo Mundial Para a Natureza (WWF, sigla em inglês).
Os sons dos radares que não causam morte deixam outras sequelas nos animais. O catedrático da Universidade de Las Palmas, Andre Michel, disse que os golfinhos ficam surdos rapidamente por culpa dos radares e, sem sistema de orientação, perdem-se de seus grupos, correndo risco de vida.
Stress e desorientação
Estes tipos de mamíferos marinhos usam os aparelhos
auditivos para se guiarem à noite e se comunicarem com os outros.
"Destruir seu sistema de audição afecta muito a estrutura social desses animais. Se não os mata, deixa-os stressados e sem meios de sobreviver", afirmou Michel.
Baleias e golfinhos têm uma espécie de câmara de ar nos canais auditivos perto da boca. Por isso, os canais da mandíbula chegam directamente aos ouvidos.
Para proteger os órgãos de audição e compensar a pressão da água, esses animais têm uma membrana que se rompe ao receber frequências altas pelo barulho.
Áreas de protecção
Sem esta membrana, os animais perdem o sentido, sofrem dores agudas e morrem. Os especialistas espanhóis sugerem a criação de áreas de protecção para os mamíferos marinhos em que as embarcações sejam proibidas de entrar.
"Em nenhum lugar do mundo há mares silenciosos. Então, o problema afecta a golfinhos e baleias de todo o planeta, embora dependendo das características da espécie, uns danos sejam mais graves que outros", disse o biólogo Andre Michel.
No dia 30 de Outubro, uma manifestação em Lanzarote reuniu 10 mil pessoas - inclusive o Prémio Nobel de Literatura, José Saramago, que mora na ilha - para exigir do governo medidas de protecção ambiental.
A assessoria do Ministério de Meio Ambiente da Espanha comunicou que o caso das baleias e golfinhos mortos "é um problema regional que está sendo tratado pelo governo das ilhas de Las Palmas".
O governo de Las Palmas, por sua vez, informou que já abriu um inquérito para esclarecer a situação.
Misteriosas serpentes marinhas desmistificadas
Em 1741, o missionário Hans Egede publicou seu relatório de um "monstro terrível" visto perto do litoral de Gronelândia. A ilustração de Egede tornar-se-ia famosa entre a vasta colecção de "contos" das serpentes de mar.
Desde que então, muitas explicações à visão foram avançadas, tal como a que diz que os povos podem ter visto uma lula gigante (Architeuthis), com um dos tentáculos equivocados para uma cauda ou uma cabeça.
Mas Charles Paxton, da Universidade de St. Andrews na Escócia, sugeriu um par de anos há uma hipótese muito mais interessante. O Paxton já foi concedido o Nobel de Biologia em 2002 para seu estudo no "comportamento de corte das avestruzes em direcção a seres humanos sob condições agrícolas na Grã-Bretanha", então sua hipótese não pode ser tal surpresa.
O Paxton propõe os povos viam um pénis de baleia.
Sim, uma baleia macho de uma espécie desconhecida aos viajantes, apresenta por alguma razão o seu órgão reprodutor erecto à superfície do Mar — que pode alcançar até dois metros de comprimento — equivocado para a cauda de alguma serpente de mar.
É realmente uma ideia plausível e séria, tanto de modo que foi publicado nos Arquivos de História Natural, "Cetáceos, sexo & serpentes de mar: uma análise das contas de Egede de um "Monstro Mais Terrível" visto fora o litoral de Gronelândia em 1734”.
No papel, Paxton, junto com Erik Knatterud e Sharon Hedley, cautelosamente argumenta isso:
"...Nós não temos confiança na nossa interpretação da criatura de Egede. Nem vamos sugerir que pénis das baleias são uma fonte universal de visões da serpente-marinha... No caso do Egedes, nós supomos que a representação da boca nas serpentes dos desenhos não eram totalmente exactos. Se eram exactos, então as objecções mais fortes à interpretação da baleia da visão de Egede é a presença de dentes no desenho.
Nossa explicação também supõe que as testemunhas não teriam reconhecido um pénis de baleia e que alguma espécie exibiria os seus pénis durante o verão da Gronelândia. Hans Egede (1741, 1745) descreveu o grande "membrum viril" de uma baleia mas Egedes pode não ter compreendido o que poderia ter visto no mar.
Apesar destas objeções, ainda que o monstro fosse uma espécie desconhecida, as características de diagnóstico (as duas barbatanas e os 2 sopros de água) sugerem um cetáceo de barbas. Finalmente, nós nunca saberemos ao certo o que Poul Egede vira naquele dia."
Outras ilustrações de lutas entre serpentes marinhas e baleias reforçam a ideia de Paxton. Para marinheiros que fossem capazes de identificar uma baleia, observar machos que estivessem a lutar para acasalarem com uma fêmea e ocasionalmente expusessem os pénis fora de água, facilmente os confundiriam com caudas das serpentes marinhas.