Morreu mais uma baleia-piloto que foi capturada na semana passada com o seu filho, em Taiji, no Japão. Nos últimos dias, cerca de 100 mamíferos marinhos, incluindo baleias-piloto e golfinhos, foram capturados e presos na enseada de Taiji, e metade deles também já foi abatida.
Activistas informaram que a baleia fêmea esteve doente por vários dias. A baleia e o seu filho foram separados do seu grupo, enquanto os outros membros do grupo foram abatidos para ter a sua carne destinada à alimentação humana.
Informantes locais em Taiji estavam monitorando o animal desde a sua captura. Voluntários dos “Cove Guardians” -, grupo formado pela ONG Sea Shepherd, descreveram como as baleias sofriam queimaduras solares e não eram alimentadas. “O filhote tirava a cabeça da água continuamente”, disseram eles, “enquanto a mãe nadava na superfície, em círculos, ao seu redor”, ilustrando o mal estar, o stress e o desconforto dos animais após a captura. Eles sabem que vão morrer.
A Sea Shepherd Conservation Society (SSCS) emitiu uma nota informando: “A baleia-piloto mãe morreu. Ao nascer do sol nós vimos seu corpo flutuando na água enquanto o seu filho se debatia ao seu lado”. Pouco tempo depois, os “Cove Guardians” descreveram o momento em que os pescadores entraram e, enquanto o filhote olhava, embrulharam a baleia morta em uma lona e levaram o corpo para fora para ser despedaçado em um frigorífico e ser vendido para alimentação de humanos. A cena é muito triste.
Mas a morte da baleia mãe não foi o único incidente dos últimos dias no local. Nesse meio tempo, ao longo da enseada, o grupo de quase 100 animais, incluindo baleias-piloto e golfinhos-nariz-de-garrafa, passou mais um dia preso. Monitores dos “Cove Guardians”, juntamente com a ONG Save Japan Dolphins (SJD), informaram em sua página do Facebook que esse parece ser o maior grupo de baleias-piloto capturado na região nessa época, nos últimos três anos.
Para os animais capturados, o destino é ou o cativeiro ou a morte. Das 28 baleias-piloto de barbatanas curtas capturadas na semana anterior, vinte e cinco foram abatidas.
A Sea Shepherd tem actualmente cinco voluntários dos “Cove Guardians” em Taiji que estão pedindo ao público que proteste e ajude a salvar esses animais. “Eu encorajo a todos que estiverem interessados em nossa campanha para que se envolvam, há muitas maneiras de ajudar”, diz Melissa Sehgal, líder de campanha.
Becca Jurczak, monitora dos “Cove Guardians”, informou que a cidade de Taiji está fechando ainda mais os acessos dos monitores às informações sobre a captura e a matança, neste ano.
O ativista Martyn Stewart reforça que a pressão popular é fundamental para que a crueldade deixe de ser praticada contra os mamíferos marinhos em Taiji. Ele, que tem estado presente no local testemunhando a barbárie, disse: “A cena é de uma centena de baleias amontoadas na enseada, confusas, assustadas e com fome, esperando a morte”. Ele passou os últimos dias pedindo que pessoas do mundo todo enviassem cartas e e-mails às embaixadas japonesas para pedir que as baleias fossem libertadas.
A Sea Shepherd informou que muitas baleias estavam lutando. “Mergulhadores entram na água e amarram cordas em torno de suas caudas e as arrastam para águas rasas”. Uma baleia desesperada, disse a Sea Shepherd, jogou-se sobre as rochas para escapar, e se feriu. Pescadores amarraram uma corda à sua cauda e a arrastaram para a parte rasa da enseada.
Martyn descreveu a cena como um “massacre”. Há “baleias-piloto separadas, apreensivas, à espera de serem abatidas cruelmente”, disse ele. “Motores estão prestes a serem lançados em seus corpos, como serras circulares!”, complementou.
No dia 15 de Setembro, os “Cove Guardians” anunciaram que os gritos de baleias tinham terminado. Aproximadamente metade das baleias, entre os 100 animais, foi abatida. Devido ao mau tempo, as baleias-piloto restantes, juntamente com 5 a 6 golfinhos, foram deixados para mais uma noite na enseada.
De acordo com a Sea Shepherd, as baleias foram forçadas a nadar nas águas sangrentas que testemunhavam o assassinato de seus companheiros. Eles estão “vivos por enquanto”, disse a SSCS.