Setúbal: receitas dos ferries vão apoiar monitorização dos golfinhos do Sado

quarta, 16 novembro 2005
Publicado em Notícias

Garantia dada pelo secretário de Estado do Ambiente

Setúbal: receitas dos ferries vão apoiar monitorização dos golfinhos do Sado

Humberto Rosa disse que o ministério não aceitaria promover o turismo em Tróia à custa dos roazes

O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, garantiu hoje que uma parte das receitas dos ferries que fazem a ligação fluvial entre Setúbal e Tróia será aplicada em programas de monitorização dos golfinhos roazes do estuário do Sado.

"Uma percentagem do dinheiro de cada bilhete dos ferries reverte para um fundo co-gerido entre o ICN e a Imoareia, que explora Tróia, e esse fundo só pode ser usado em projectos de conservação da comunidade de golfinhos roazes", disse Humberto Rosa durante uma iniciativa integrada nas comemorações do Dia Nacional e Mundial do Mar, a bordo da fragata “Corte-Real”, da Marinha Portuguesa.

"A deslocação do cais dos ferries foi suscitada como um risco para a manutenção da comunidade de golfinhos roazes e isso seria algo inaceitável", disse Humberto Rosa, acrescentando que o Ministério do Ambiente "não aceitaria, para promover o turismo em Tróia, pôr fim à comunidade de roazes". Humberto Rosa referiu-se também à polémica em torno das restrições à pesca no Parque Marinho Luís Saldanha, parte integrante do Parque Natural da Arrábida, muito contestadas pelos pescadores de Sesimbra. O secretário de Estado do Ambiente garante que as restrições anunciadas nas zonas de protecção parcial e total, com uma área global de 52 quilómetros quadrados, são para manter nos próximos três anos. Humberto Rosa admite, no entanto, que as acções de monitorização a desenvolver nas zonas de protecção poderão revelar a necessidade de se fazerem algumas alterações no regulamento do Parque Marinho Luís Saldanha.

"Depois do período mínimo que a lei impõe para rever um plano especial de ordenamento do território, que são três anos, estamos politicamente disponíveis para rever [o regulamento], se houver necessidade de o fazer". "As restrições, do nosso ponto de vista, são poucas, mitigadas e muito ponderadas. Houve propostas com muito mais restrições e com áreas de exclusão à pesca muito mais vastas do que as que temos", acrescentou.

Na cerimónia, integrada nas comemorações do Dia Nacional e Mundial do Mar, participou também o presidente do Instituto de Conservação da Natureza (ICN), João Menezes, que salientou a importância da conservação das espécies, no interesse dos próprios pescadores, mas advertiu que o sucesso do parque marinho depende de toda a comunidade.

João Menezes anunciou que a intervenção do ICN em 2006 deverá incidir sobretudo nas zonas do litoral, com a aplicação de alguns planos de ordenamento. "Penso que no próximo ano vamos ter verbas para avançar com os Planos de Ordenamento da Orla Costeira", disse João Menezes, que anunciou também a conclusão do regulamento da Reserva das Berlengas no início do próximo ano de 2006.

fonte: publico.pt

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